Tuesday, November 27, 2012

Fim de época

Quando grande parte dos atletas já prepara a próxima época, eu dou por encerrada a minha. É verdade que por esta altura devia estar a fazer os últimos preparativos para a Maratona de Lisboa, mas há uma semana que já não corro por causa de uma tendinite nos extensores do pé esquerdo. Hoje, quando fazia uma ligeira caminhada, tive que parar para aligeirar as dores. Desta forma, correr 42km daqui a uma semana e meia está fora de questão.

Vou aproveitar esta paragem forçada para recuperar forças, tratar da lesão e começar também eu a preparação para a época 2013 que se projecta cheia de desafios e para a qual me confesso aqui, muito entusiasmado.

Monday, November 12, 2012

A MAIS DURA MARATONA FOI A QUE NÃO FIZ

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A minha ING NYC Marathon 2012 começou em Dezembro de 2010. Sim, eu acredito que uma prova destas começa no dia que tomamos a decisão de a fazer e não com o tiro de partida. Eu decidi que queria correr a Maratona de Nova Iorque ainda em 2010, quando me inscrevi na lotaria da prova. Diz o regulamento que após 3 anos consecutivos sem sucesso, a organização garante uma entrada directa no quarto ano. Pois eu, fui um dos sortudos que ganhou a entrada logo na primeira tentativa.

Claro que neste tipo de empreitadas acontecem sempre imprevistos. Felizmente, o meu primeiro imprevisto (desportivamente falando) foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Pouco tempo depois de ter ganho o lugar tive que tomar a decisão de cancelar a minha inscrição: o meu filho estava a caminho. O seu nascimento estava previsto para poucos dias antes da prova e como tal, não ia correr e deixar a mulher com o nosso filho recém-nascido nos braços. Foi então com enorme felicidade que optei por fazer a Maratona de Lisboa nesse ano.

Quando chegou Dezembro de 2011, a organização da prova atribuiu, como de costume, a oportunidade de garantir a entrada nesse ano aos atletas que tinham cancelado as inscrições do ano anterior. Foi o que fiz.  E assim começava um ano inspirador. Para além da minha primeira época ao serviço do Peniche AC (o melhor clube do mundo) havia também a perspectiva de correr a famosa prova que termina no Central Park. 

A quatro meses da maratona, iniciei aquele, que eu considero hoje, o plano de treino mais rigoroso a que me submeti. Com o passar das semanas comecei a sentir melhorias significativas na minha corrida e aos poucos e poucos nasceu em mim um sentimento confiança muito grande. O plano de treino foi desenhado para 3h08m-3:12m, mas já acreditava que a maratona em sub-3 horas era possível.  Bater as 3 horas não é nada do outro mundo para grande parte dos atletas, mas para mim significava bater o meu melhor tempo em 17 minutos.

Mas eis que veio o Sandy e a partir daqui já todos sabem. O que não sabem é que na véspera de partir para NY o meu voo foi cancelado. No dia do voo, levantei-me com um feeling que não sei explicar e a primeira coisa que fiz foi ligar o computador para receber a notícia que afinal havia voo, mas com algumas horas de atraso. Fiz a mala à pressa e com adrenalina em alta. Durante o voo, tive o prazer de conhecer e trocar umas palavras com a simpática e tímida Dulce Félix.

Quando aterrei, recebi duas notícias: uma a dizer que o mayor de NY tinha dado uma conferência de imprensa a dizer que a prova se ia realizar e outra a dizer que a casa que eu tinha alugado estava sem luz e que não podia ia para lá. Meia dúzia de telefonemas e lá arranjei um teto para dormir com uma lâmpada, ligação à Internet e água fria. Na altura, lembro-me que pensei “não me posso queixar: estou em NY, tenho onde dormir e estou prestes a correr a Maratona”.

Era sexta à tarde, estava eu na famosa 5º avenida quando toca o telefone. Era a minha mãe que sem me deixar falar, dispara “Então filho, a prova foi cancelada?”. Em vez de ir para casa, fui para o pub.
Podia ter tido cãibras, um dor de barriga, torcido um pé, levado com o homem da marreta ou outra coisa qualquer. Agora, nem me deixarem partir é que não. Não posso negar que a desilusão foi grande, mas hoje reconheço que foi a decisão certa. Talvez, mal comunicada, talvez fora de tempo, mas a decisão certa e corajosa.

Para fazer o gosto ao pé, fiz 20km no Central Park na companhia dos restantes atletas portugueses, excepto da Dulce Félix que de imediato recebeu o treino enviado pela sua treinadora para fazer naquele dia, já a pensar no objectivo seguinte (e por falar nisso, ela venceu este domingo o corta-mato da Amora).

Durante essa corrida, discutíamos o tema e ponderávamos o que fazer a seguir. A mim, não me resta outra alternativa se não a Maratona de Lisboa, dia 09 de Dezembro. Hoje, confesso-me desmotivado, cansado e desinspirado. A voz sábia da mina mulher diz “porque não fazes apenas a meia-maratona?”. A minha voz teimosa responde “porque desistir não é opção, mesmo desmotivado, cansado e desinspirado”.

Monday, October 15, 2012

Sábado em cheio

Que sábado bem passado. Levantei-me bem cedo, mais ou menos à hora que me vou levantar no dia 4 de Novembro. Tomei o pequeno-almoço que vou tomar nesse dia e preparei a mesma nutrição que vou levar. Vesti o equipamento e à mesma hora da prova, saí de casa para o último longão antes da Maratona de Nova Iorque.  Pela frente tinha 17km a ritmo mais lento que o ritmo de prova, seguido de 11km a ritmo de prova e 7km mais rápido que o ritmo de prova. No total foram duas horas e cinquenta e um minutos bem passadas na solitária companhia dos meus pensamentos.

Depois de almoço e de um ligeiro passeio em família, estava na altura de ligar a tv e de me deitar no sofá a assistir e a sonhar com a prova do Hawaii. Este dia que já acompanho há 3 anos, é sempre inspirador e rico em aprendizagem. Mas o melhor estava reservado para o fim. Em prova estavam 5 atletas portugueses: Pedro Gomes, Sérgio Marques, Vanessa Pereira, Rodrigo Baltazar e Márcio Neves. E com o passar do tempo, comecei a assistir a uma subida gradual na classificação do Márcio. Ele terminou a natação em 29º mas no fim do ciclismo já estava em 5º. Com o início da corrida, em menos de nada, já estava em 3º. "Ai, ai, ai... tu queres ver", mas devo aqui confessar que pensei "3º lugar é óptimo, mas chegar a 1º é impossível". Qual impossível qual carapuça. A palavra "impossível" não existe no vocabulário de Márcio Neves. E foi mesmo com o título de Campeão Mundial do AG 25-29 que terminou a sua primeira participação no Hawaii.

Mesmo, tendo passado a maior parte do dia deitado no sofá, este foi um grande sábado desportivo para mim.

Tuesday, August 28, 2012

Lance Armstrong

Nos últimos dias muita tinta tem corrido na imprensa sobre os recentes acontecimentos do caso Lance Armstrong. Eu confesso-me desde já um admirador deste senhor. Talvez, até mais admirador das suas características pessoais do que desportivas. Até porque, apesar de ter uma vaga ideia das suas performances desportivas, não me lembro de acompanhar a par e passo a sua carreira. Na altura que Lance Armstrong brilhava pelos Alpes acima, eu andava a jogar à apanhada e ao bate pé.

Dos artigos que li sobre o caso, destaco uma crónica de um jornalista americano que dizia "Para que vai servir tudo isto? Para nada". A verdade é que nada ficou provado e quem acredita num Lance limpo vai continuar a acreditar e quem acredita num Lance sujo vai continuar a achar que ele está sujo. Ninguém vai mudar a sua opinião por causa disto. Depois, como castigo ele foi banido do ciclismo para sempre, o que não o prejudica muito pois ele já se reformou há 6 anos. (A única coisa que me chateia é que não o vamos ver no Hawaii). E finalmente vai perder todos os troféus. Este jornalista realçava um ponto curioso que, no ciclismo, ao retirar a vitória ao primeiro classificado, por norma atribui-se ao segundo. Acontece que do segundo ao décimo classificado da Volta à França em causa, já todos foram formalmente acusados de dopping. Mas mesmo neste ponto, ainda vai dar muito que falar pois há quem diga que é a UCI que deve executar o castigo e tal ainda não aconteceu e quando solicitada para comentar o caso, preferiu o silêncio.

Eu não ponho as mãos no fogo por Lance Armstrong, mas ficava muito mais chateado se a notícia fosse sobre desvios dos milhares de dólares que a sua Fundação recebe anualmente como donativos para a sua conta pessoal. Isso sim, fazia com que retirasse a pulseira amarela que trago no braço. Na verdade é este o trabalho que eu admiro e isso em nada sai prejudicado com estes acontecimentos.

No entanto não posso ficar indiferente a alguns factos: ao facto de Lance ter sido um dos atletas mais controlados de sempre e ter passado imune ao longo da sua carreira. O facto de Lance andar em tribunal desde 1999 tendo ganho todos os processos desde então. O facto destas acusações serem referentes há 13 anos atrás. O facto de lhe solicitarem que apresentasse uma defesa sem lhe darem a conhecer os detalhes da acusação. O facto dos atletas que o acusam serem anónimos e de terem todos sido apanhados na rede de dopping e fazerem a acusação em troco do anonimato e de impunidade. Ou seja, imaginem que foram apanhados dez ladrões de bancos que em troca de liberdade acusam outra pessoa. Se fosse eu até acusava um tijolo, se fosse preciso.

Seja como for, ver Lance Armstrong desistir do caso não foi agradável. Mas para mim não foi inesperado e acho estranho que ninguém fale deste assunto agora. Mas quando no ano passado Lance Armstrong venceu em tribunal no caso Floyd Landis, ele anunciou em conferência de imprensa que nunca mais iria responder a um processo de dopping. Afirmou mesmo "acusem-me do que quiserem que não volto a defender-me. Já passei mais tempo sentado num tribunal quem em cima da bicicleta".

Por fim gostava de terminar com uma entrevista que Lance deu na TV americana onde dizia o seguinte "a minha melhor defesa não é ter feito milhares de controlos anti-dopping e nunca ter testado positivo. A minha melhor defesa é andar nesta vida há 20 anos e sempre a vencer. Eu não comecei a vencer de repente. Quero lembrar que aos 21 anos já era campeão do mundo ao bater Miguel Indurain, um dos melhores ciclistas de sempre". E mesmo depois de se reformar continua a ganhar. Veja-se os half ironmans em participou.

Por mim, desde que continue a ajudar pessoas em todo o mundo a vencer o cancro, será sempre um campeão. Livestrong.

Wednesday, August 22, 2012

O PODER DA MENTE

Hoje sinto-me um atleta mais forte. Ou quero acreditar que estou mais forte. E isto não tem nada que ver com testes na pista ou treinos cronometrados. Deve-se apenas à minha mente e a tudo aquilo que eu acredito.

Recuamos cinco semanas no tempo até ao meu primeiro dia de treino para a Maratona de Nova Iorque. Cuidadosamente preparei o meu plano. Defini as sessões chave de corrida, calculei ritmos, planeei a alimentação, a suplementação alimentar e hidratação. Dediquei também algum tempo aos detalhes como o material e monitorização do peso, massa gorda, massa muscular e ritmos cardíacos. Estava tudo a postos para o ataque à maratona em 3 horas. Começaram os treinos e começou a evolução. A cada treino, sentia-me mais forte e mais confiante.

Voltamos ao dia de hoje, semana 5 da preparação. Depois do meu pequeno almoço de flocos de aveia, fruta e café passo algum tempo (diga-se desde já que é o tempo mais bem passado do dia) a brincar com o meu filho: cócegas, carrinhos, bolas, por aí fora... e quando me levantava do chão com ele ao colo, uma dor aguda no joelha levou-me toda a confiança, força, preparação, dedicação, etc..

Ainda não sei o que tenho no joelho (consulta está marcada para terça-feira) mas sei que não consigo correr nem devagar, quanto mais ao ritmo de prova planeado. Sei que os meus objectivos fogem do meu alcance a cada dia que passa sem correr, sei que estou frustrado. 

Há algum tempo atrás li um artigo sobre um atleta lesionado que dizia "a única forma de tratar uma lesão é dedicar tanta dedicação e empenho à sua recuperação como se fosse um treino". 

Hoje quando acordo, dedico-me arduamente a recuperar a minha lesão e é isso que me faz sentir forte. Está tudo na mente.  

 

Monday, July 16, 2012

PARTE II


Arranca hoje a segunda parte da minha época. Depois de duas semanas de férias com a família e mais outras tantas de treino ligeiro para regenerar o corpo, começo hoje 16 longas semanas de treino. O destino é a Maratona de Nova Iorque, em Novembro. Para muitos, aquele que é o evento desportivo mais bem organizado do mundo. Para já, só tenho bem a dizer. Com quase 4 meses de antecedência já tenho o meu lugar reservado no farryboat para o local da partida. 

Este ano, vou experimentar sessões de treino novas, volumes e intensidades diferentes dos anos anteriores sem descurar o triatlo. O plano inclui, 3 sessões de natação e 3 sessões de bicicleta por semana. A verdade é que esta é uma das partes que me dá grande gozo: traçar objectivos e planear o caminho para lá chegar.


O plano está feito: toca a treinar.

Tuesday, June 26, 2012

Kilian Jornet

Nestas semanas dos feriados, aproveitei para passar umas férias em família. Um hábito que mantenho há muito tempo de aproveitar estes dias a meio do ano para carregar baterias para o segundo semestre. Durante este tempo, tive o prazer de conhecer Kilian Jornet. Não pessoalmente, mas em livro. Diz quem sabe que, Kilian é um dos melhores atletas do mundo. Aos 20 anos já vencia corridas de montanha de vários dias. Provas dominadas até então por atletas mais velhos. No seu livro "Correr ou Morrer", Kilian diz que "vencer não é ganhar aos outros. Muitas vezes cheguei em primeiro e não senti que venci, não me emocionei, não dei tudo, não estava no limite. Vencer é dar mais do que aquilo que achamos que conseguimos dar" mais à frente acrescenta ainda "tantas vezes tive inveja de atletas que cruzavam a meta muitas horas depois de mim, mas que chegavam num estado de euforia que eu não sentira." Kilian Jornet, para além de grande atleta, parece-me também um grande homem, apesar de ter apenas 50kg.

Aqui fica o trailer do seu novo filme Summits of my life.



Monday, May 28, 2012

Relógio Suíço

Dois triatlos longos em 3 semanas, deixavam uma dúvida no ar: como ia reagir o corpo? Uma coisa eu já suspeitava, dificilmente faria melhor, uma vez que neste espaço de tempo não dá para ter melhorias físicas, mas será que ia conseguir recuperar bem para pelo menos fazer igual a Lisboa?

A prova correu bem. Temperaturas não muito altas, como eu gosto, pois o meu motor sofre de sobreaquecimento e vento fraco que não causou demasiados estragos na bicicleta. A minha única nota vai para o percurso de ciclismo tão plano/monótono que levou a algumas quebras de ritmo, não por cansaço, mas sim porque a mente desligava e começava a vaguear por outras paragens.

Durante a prova, não pensei muito no cronómetro, apenas em fazer o que tinha para fazer. E foi com alguma surpresa que quando cheguei à meta tinha à minha espera o mesmo tempo do Triatlo Longo de Lisboa: 4h44m.

Por este ano estamos despachados de Triatlos Longos, mas já estamos a piscar o olho às 4h30m para o próximo ano.


Wednesday, May 16, 2012

Oração

O primeiro treinador da carreira profissional de Chrissie Wellinghton foi o controverso Brett Sutton. Controverso porque tem fama de mau, de durão, de insuportável, mas simultaneamente de ser capaz de fazer atletas campeões. Controverso por ter sido acusado de assédio sexual a uma das suas atletas, motivo pelo qual nunca vai até Kona, Hawaii para evitar os media.

Mas de qualquer forma, Chrissie que após o primeiro título mundial de Ironman deixou de treinar com Brett, afirma e reafirma que ele foi a pessoa mais marcante na sua carreira. Diz ela que sempre que tem alguma decisão importante a tomar, se pergunta "o que faria o Brett?". A admiração de Chrissie está bem estampada no seu livro. Mesmo depois de começar a treinar com outro grande nome do triatlo mundial, Dave Scott, ela diz que ainda faz muitas sessões de treino criadas por Brett. Mas não foi só a nível do treino que Brett deixou marcas. Um dia, Brett ofereceu um poema a Chrissie que, segundo ela, passou a ser uma oração que religiosamente lê ao pequeno-almoço, antes de todos os Ironman.

Aqui fica a tradução do poema "If" de Rudyard Kipling:

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;

Se és capaz de pensar --sem que a isso só te atires,
De sonhar --sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais --tu serás um homem, ó meu filho! 


Monday, May 7, 2012

Longo de Lisboa

O triatlo é tramado: quanto mais se evolui, mais se quer evoluir. Quando me inscrevi no Triatlo Internacional de Lisboa tinha dois objectivos claros: angariar fundos e divulgar a Operação Nariz Vermelho, e melhorar a minha prestação desportiva em relação ao ano passado. E ambos foram cumpridos.

Com a ajuda dos meus colegas de equipa do Peniche, conseguimos angariar mais de 2 mil euros para entregar à ONV. Por isso mesmo, aqui deixo um enorme OBRIGADO a todos aqueles que anonimamente contribuíram ou divulgaram a acção e, especialmente, à Compal por esta demonstração de responsabilidade social.

Em relação à prova é preciso dizer que se reuniram as condições ideais para Triatlo Longo. A água estava a uns simpáticos 17º; o número de atletas na linha de partida (cerca de 400) permitiu uma natação tranquila; a ausência de vento abriu caminho a um ciclismo rápido e as nuvens no céu proporcionaram uma sombra agradável durante a corrida. Resultado, menos 18 minutos que no ano passado e menos 30 minutos que em Vila Real. Eu sei que é muito difícil comparar provas, mas a verdade é que as condições estava reunidas e eu aproveitei, dentro das minhas possibilidades, para fazer o meu melhor tempo nesta distância: 4h44m. Agora já só penso nas 4h30!



Saturday, April 21, 2012

Nariz Vermelho 2012


No ano passado, decidi comemorar a minha estreia no Triatlo de Longa Distância com uma iniciativa de apoio à Operação Nariz Vermelho. E que grande desafio que foi. Ao criar uma página do facebook onde um LIKE valia um euro, estava a colocar bastante pressão nos meus ombros. Não podia chegar lá, depois da prova e dizer às 5.000 pessoas que se associaram: "não cheguei ao fim" ou "não aguentei" ou qualquer outra desculpa. Essa responsabilidade fez-me treinar, deu-me motivação e confesso hoje aqui que na última volta de corrida, por trás dos meus óculos escuros, as lágrimas ainda deram um ar da sua graça. Não só tinha terminado um desafio pessoal com tinha também realizado, talvez, uma das mais bonitas acções da minha vida. Então, se toda a gente ficou feliz, porque não repetir?

Só que este ano, não vou sozinho. A Compal (não tenho palavras para agradecer nem para elogiar a boa vontade desta marca portuguesa) vai apoiar os atletas do Peniche AC durante o Triatlo Internacional de Lisboa para divulgar e angariar fundos para a ONV. Este ano, de uma forma diferente: até à meia-noite da véspera da prova, por cada donativo de 1eur, a Compal dobra e dá 2eur. O nosso sonho é conseguir 1.000 donativos de 1eur e a Compal dar 2.000 euros. Sim, é um objectivo difícil, mas eu lembro-me que no ano passado queríamos chegar aos 1.000 likes e terminámos com mais de 5.000.

Faltam duas semanas, por isso vão até à página, façam like, partilhem nas vossas redes sociais e de amigos e se possível contribuam. A Compal vai dobrar o vosso donativo e a ONV agradece. (NOTA: se quiserem doar mais de 1eur, podem fazê-lo, mas por favor identifiquem a transferência com "Donativos a Dobrar" para que a ONV possa contabilizar.



Tuesday, April 3, 2012

Chicotada Psicológica



Existem poucas verdades absolutas na vida, mas existe uma grande verdade no desporto de endurance: "treina da mesma forma, ano após ano e terás os mesmos resultados, ano após ano. Não estou aqui a pensar em pódios, mas estou a pensar em melhor em cada oportunidade, em cada treino ou em cada prova. Penso em melhorar no triatlo, da mesma forma em que penso em melhorar no meu trabalho ou na minha condição de pai, de filho, de marido ou de amigo. Por isso mesmo, esta semana decidi dispensar o meu treinador de natação (que era eu) e colocar os meus treinos nesta disciplina na mão da professora Elena Kraeva dos Masters do Colégio Monte Maior (ex-Belenenses). Após dois treinos não tenho dúvidas que estou no local certo para evoluir, mas também não tenho ilusões: vou sofrer a bom sofrer três vezes por semana na piscina olímpica do jamor.

Monday, March 19, 2012

Motivação


Momentos antes da prova de Alpiarça, o Sica dizia "o Pedro é que está a sentir a pressão". A verdade é que assim que soou a buzina, esqueci-me completamente do peso da camisola (não sei se é bom se é mau) e apenas me concentrei em dar o meu melhor. Aliás, como sempre fiz. É o hábito de duas épocas a correr como individual. Apenas me lembrava da equipa, quando passava pela zona de meta e ouvia os gritos do Sica "Força Pedro". A prova lá terminou e inevitavelmente há que olhar para os resultados. E foi nessa altura que a pressão chegou em forma de "tenho que fazer melhor".

Ainda no rescaldo da prova, à laia de futebolista na flash interview "há que levantar a cabeça e pensar já no próximo domingo". E não podia ser mais oportuno, o presentinho que acabou de chegar pelo correio. São quase 300 páginas de motivação que espero usar já em Vila Real de Santo António.

Monday, March 12, 2012

Linha de Partida

Depois de 12 semanas de treino, sinto-me cansado. À primeira vista podia dizer "nunca treinei como este ano" e o corpo pede descanso. Mas fazendo um análise mais cuidada, desconfio que o treino mais o trabalho mais a família e a minha nova condição de pai são os culpados deste meu estado. Seja como for, esta semana será dedicada a recuperar forças.

E como se não bastasse o cansaço físico, ainda arranjei uma lesão de última hora. É verdade que gosto de chegar à piscina e ver muita gente a nadar, da mesma forma que gosto de ir correr ou de sair para pedalar de manhã e ver que há cada vez mais pessoas a praticar desporto. Mas as piscinas municipais têm este inconveniente. Temos que sujeitar o nosso treino às pistas livres e ao número de nadadores dentro de água, independentemente do nível de cada um. Este sábado de manhã, enquanto ultrapassava um nadador mais lento, levei um murro no pé que me provocou um dor aguda num dedo. Na altura, não liguei muito. O senhor pediu desculpa e eu continuei com o meu treino. A verdade é que tinha programado ir correr a seguir e já não consegui. À noite tinha o dedo todo negro e inchado. Hoje está ligeiramente melhor mas ainda não consigo correr. Espero estar recuperado para a primeira prova da época.

Será em Alpiarça que vou vestir a camisola do Peniche AC pela primeira vez. Exactamente a mesma prova onde há dois anos me estreei nesta modalidade. Mas não ficamos por aqui de estreias. Depois de várias tentativas, lá convenci um amigo a dar uma oportunidade a esta modalidade. Com fato isotérmico de surf emprestado e a bicicleta de BTT da irmã, lá vai ele marcar presença na linha de partida da prova aberta. Boa sorte Nuno.

Até Alpiarça.